Futebol, cerveja e violência... Não necessariamente nesta ordem

Publicado  quinta-feira, 14 de março de 2013

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Por Bruno Vianna
Temporariamente veio abaixo a proibição de vendas de bebidas alcoólicas nos estádios do Rio de Janeiro, pelo menos durante a disputa do segundo turno do Campeonato Carioca. Desde 2008, quando a CBF instituiu a Lei Seca nos estádios e seus arredores, não era permitida a comercialização desses tipos de bebidas, mas propriamente dito: de cerveja. E o Rio de Janeiro se adequou às normas da Confederação, porém neste inicio de 2013, a FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) em atitude isolada a outras entidades estaduais, liberou o consumo de bebidas nos estádios, talvez já visando testar a segurança para a Copa das Confederações que acontecerá esse ano e, Copa do Mundo, ano que vem, eventos estes onde será permitida a comercialização e consumo de bebidas alcoólicas.

A proibição imposta pela CBF nem sempre foi cumprida em sua totalidade. No interior dos estádios, a Lei realmente era cumprida, porém do lado de fora não demorou muito tempo para a mesma ser esquecida pelos torcedores e autoridades e hoje em dia, os ambulantes transitam livremente aos arredores, assim como os bares também funcionam normalmente comercializando cerveja. Ambos lugares contam com uma certa“vista grossa” das autoridades que fazem a segurança e representam a lei no local.

Contudo, não pretendo me aprofundar se a lei está sendo ou não cumprida com todo seu rigor. Quero atentar para o fato da proibição x liberação:

A cerveja não é apenas uma paixão do carioca ou do brasileiro mas sim, mundial. São raros os lugares desse planeta onde se vai e não tem um terráqueo tomando sua cervejinha, em alguns casos, produzida artesanalmente, o importante é que ela sempre está lá.
A CBF alega que a proibição ajuda na diminuição da violência nos estádios, mas não existe, por exemplo, um controle muito rigoroso com pessoas que consumiram algum tipo de bebida alcoólica antes do jogo. Não há vistoria de drogas ilícitas nos mesmos, sendo que estas possuem um poder de alteração da consciência muito maior que a bebida, o que também pode acarretar em atos violentos tão temidos pela nossa entidade futebolística.

Não tem como fazer uma revista minuciosa em 40 mil pessoas ou fazê-las soprar o bafômetro antes de entrar no estádio.

Nas ligas européias a cerveja é vendida normalmente e logo por lá naquelas bandas onde existem os temidos e famigerados “Hooligans”. Contraditório? Não! Os europeus aprenderam que violência se combate com educação, respeito e punição severa ao infrator e não a todo público.

Educar o cidadão que frequenta o estádio e implementar uma política que pregue o respeito mútuo entre torcedores rivais e também policiais leva tempo e dinheiro. Proibir é mais barato e prático.

No entanto, o grande 'tiro no pé' da CBF foi em relação à Copa do Mundo, a FIFA já informou que exige a comercialização de bebidas alcoólicas, neste caso além da questão cultural como citado acima, existe a influência de patrocinadores. Satisfeita ou não, a Confederação Brasileira irá permitir a venda de bebidas alcoólicas na Copa das Confederações/2013 e Copa do Mundo/2014.

Até porque ninguém de lá é louco de dizer aos 'velhinhos' da FIFA que não podem tomar uma cervejinha durante um jogo de futebol.


Nota: De acordo com o site Globo Esporte, Rubens Lopes, presidente da FERJ, divulgou nesta quinta, 15, que a liberação de bebidas alcoólicas durante o Campeonato Carioca, não está mais em vigor a partir da resolução, enviada pela entidade, que torna sem qualquer efeito a possibilidade de comercialização das mesmas. Tal resolução contrasta com a divulgada nesta segunda-feira, onde estava liberada a venda de cerveja. Ou seja, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, através da presente, evita confronto com o Ministério Público até que novos laudos técnicos sejam capazes de aprovar as boas condições de segurança dos estádios a fim de liberar a venda de bebidas. 

3 comentários:

Carlos Serrano disse...

Excelente texto. Parabéns

Vale a leitura

Unknown disse...

Obrigado Carlos!

Anônimo disse...

Malditos sejam os velhos murchos, letárgicos, inertes, recessivos e tradicionalmente chatos da FIFA.